terça-feira, 24 de julho de 2012

Caminhoneiros de todo Brasil cogitam entrar em greve


Terça-feira, 24 de julho de 2012
Caminhoneiros de todo o País devem estacionar seus caminhões amanhã (25) em prol de melhorias para a categoria. A greve será realizada no Dia de São Cristóvão, protetor dos motoristas.  Os sindicalistas pretendem parar o maior numero dos 600 mil caminhões que circulam pelo Brasil, segundo estimativas próprias.
Dentre as reivindicações, está a queda no preço dos pedágios e uma reavaliação por parte da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) dos registros das empresas transportadoras que estão sendo montadas através de motoristas autônomos com base em um novo sistema definido pelo governo federal.
O movimento alega que essas companhias estariam prejudicando o mercado. O Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) diz que o valor do frete na maioria dos casos não cobre nem os custos de manutenção dos veículos, argumentando ainda que os valores dos fretes praticados no país são a causa dos baixos salários pagos aos motoristas, impedem a renovação da frota dos autônomos, obriga o transporte do excesso de peso, destruição de rodovias, carga horária absurda, dentre outros fatores. Para a entidade, esse baixo valor é referente à alteração na legislação, feita pela ANTT, que ocasionou diminuição nos valores a serem estabelecidos pelos contratantes. Diante disso, para não perder a viagem, o caminhoneiro estaria sendo obrigado a aceitar os baixos valores oferecidos.
No dia 21, o MUBC concluiu uma série de viagens, onde participaram de reuniões conjuntas com membros de todos os setores do TRC (motoristas empregados, autônomos, empresas de transporte e cooperativas de transporte), para definir as questões abordadas na greve. Nélio Botelho exaltou ainda a importância do caminhoneiro. “O país não suportará uma paralisação por mais de dois dias porque isso representará o desabastecimento geral à população, que o governo absolutamente não poderá permitir, e terá que intervir na busca da solução.”
A greve também quer chamar a atenção para a nova lei que regulamenta a profissão de motorista. Outro ponto reclamado pelos caminhoneiros é o chamado «cartão-frete», que estabelece que cooperados ou agregados de cooperativas somente possam prestar serviços exclusivos para as entidades a que estiverem vinculados. Sindicalistas argumentam que isso impossibilita a venda de fretes e compromete as atividades dos profissionais autônomos da área. “As absurdas normas do Cartão-Frete, que impedem de recebermos em dinheiro, cheques, e obrigam o uso do Cartão em todas as operações onde, nos postos de abastecimento, por exemplo, o óleo diesel vai custar mais caro, teremos de comprar outros produtos, usar o Cartão em borracheiros, oficinas, etc.” destacou Nélio.
É importante lembrar que várias empresas e cooperativas não vão aderir à greve e terão o transporte de suas cargas normalmente como conta o Presidente da Coopercaf e Presidente do Sincoopar Transportes, Dorival Bartezike. “As cooperativas em geral não aderiram à paralisação, salvo aquelas que não têm o registro, no caso do Paraná, na Ocepar, ou se tratando de Brasil a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras). Nós da Coopercaf, na área de atuação da Copacol, estaremos trabalhando normalmente, porém se os manifestantes trancarem algum trecho teremos que respeitar.” Conclui.